sexta-feira, 11 de abril de 2014

O valor do espaço público

 Muitas pessoas veem a cidade apenas de maneira utilitarista: é o lugar onde moro, onde trabalho, onde circulo. Esta visão de cidade levou muitos administradores no Brasil a não investir em espaços públicos de qualidade e com isto destruiu-se aquilo que as cidades têm de mais rico: sua capacidade de formar cidadãos; é nos espaços públicos que encontramos o outro, que construímos relações de sociabilidade e assim constituímos uma esfera pública que permite discutir os problemas comuns da comunidade e superá-los. É nos espaços públicos que conhecemos os diferentes e por isto derrubamos as barreiras do preconceito, do medo, da indiferença.  Lembremos-nos de nossa infância quando a rua era extensão de nosso quintal. A não valorização dos espaços públicos como lugares de convivência levou ao individualismo, à busca egoísta de solução apenas dos problemas de cada um e perdeu-se a noção de comunidade, de sociedade; hoje, muitos veem as praças e esquinas como lugares marginalidade e da delinquência. da Na grande Florianópolis, vemos poucos investimentos em espaços públicos de qualidade e esses poucos espaços são rapidamente apropriados pela população. Ao contrário, os administradores públicos apostam visivelmente na degradação de certos espaços para justificar a implantação de investimentos privados. As comunidades, organizadas em bases distritais durante a elaboração do plano diretor de Florianópolis, apontaram vários  espaços que poderiam tornar-se belos lugares públicos no Campeche, Lagoa, Pântano do Sul, Córrego Grande, etc. A viabilização desses espaços poderia inverter o direcionamento do tipo de cidade que hoje temos, voltada ao uso individual e ao consumo. A implantação de espaços comunitários de qualidade poderia ajudar na construção de uma cidade voltada para seus habitantes. Infelizmente muitas dessas demandas foram ignoradas. Inverter a lógica de uma cidademercado na direção de uma cidadedireito é fundamental para construirmos uma cidade melhor para as futuras gerações. À nossa geração cabe a função de construir essa nova cidade