Você que vive em São José,
Palhoça, Florianópolis ou Biguaçu e circula, de carro, ônibus ou moto todos os
dias pela BR101 ou Via Expressa presta atenção quando sai de um município e
entra noutro?
Para a maioria das pessoas a
resposta é NÃO. E não poderia ser diferente porque na verdade vivemos todos
numa mesma cidade, no mesmo aglomerado urbano. Isto parece óbvio para muita
gente, mas isto não se expressa em nosso dia-a-dia. Nossas linhas de ônibus são
planejadas como se cada município tivesse vida própria; assim também acontece
com a coleta de lixo, com os taxis, com a definição de onde e como construir
novos edifícios e equipamentos públicos etc. O resultado é um maior gasto público
e ineficiência dos serviços (por exemplo: o caminhão da Comcap vem no
continente recolher o lixo, volta ao Itacorubi onde outro caminhão pega o lixo
e o transporta para Biguaçu). Constatamos então uma total falta de
solidariedade entre as prefeituras para resolver os problemas que são comuns a
todos os municípios que, repito, formam uma única cidade.
E poderia ser diferente? Sim.
Em muitos lugares do Brasil e do Mundo com situação semelhante a nossa existem
órgãos de administração supramunicipal, metropolitano, que existem para pensar
os problemas que precisam ser resolvidos para além do âmbito municipal. Em
nosso caso, precisaríamos unir esforços para pensar principalmente a forma de
como continuar ocupando e circulando em nosso território, mas de maneira
conjunta, ao menos nos quatro municípios citados
Torna-se
urgente fazer funcionar uma administração metropolitana e a primeira ação seria
a de cria um organismo de planejamento territorial que pudesse pensar
conjuntamente os problemas cotidianos daqueles que aqui vivem. Mas isto precisa
ser feito de maneira profissional e desvinculada de governos municipais. Esse
planejamento tem que ultrapassar os períodos (curtos) dos mandatos municipais.
Ou planejamos ou seremos reféns do futuro, seja qual for, pois com certeza ele
vai chegar.
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