segunda-feira, 2 de abril de 2012

Por que planejar ?

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"Hoje pela manhã, lia o jornal no Metrô,  distribuído por sua própria administração,  onde dizia que o serviço de aluguel de bicicletas da cidade de Montreal seria antecipado em função do  fim prematuro do frio. Chamou-me a atenção os números: 5000 bicicletas distribuídas em mais de 400 estações e 600 km de pistas de ciclovias"
Tão impressionantes quanto os números são as previsões: este ano serão mais 30 km de pistas e em 2015, as ciclovias alcançarão 800 km.
Tudo isto só é possível graças a um planejamento que permite que, segundo um plano global, possa-se incrementalmente acrescendo projetos específicos.
Isto também vale para o sistema de transporte público, para os espaços públicos, para o sistema viário (eles preveem a substituição de uma ponte de 6 km em 2025, cujo estudo de impacto ambiental vai durar dois anos) etc.Tudo seguindo um plano geral e de longo prazo.

 Penso em Florianópolis: projetos e obras desconexas uma das outras e não seguindo qualquer visão de cidade. O governo do Estado contratou por seis milhões de reais um estudo sobre metrô de superfície; paralelamente a prefeitura fala em BRT e o coloca na Beira Mar Norte antes mesmo de ter o estudo finalizado; o governo do Estado contratou um projeto para a quarta ponte e a colocou num dos lugares mais congestionados da cidade; já a prefeitura prefere um túnel, sem qualquer estudo de viabilidade. Depois de apresentar o projeto (muito bem pago) o governo de Estado voltou atrás e contratou outro estudo: agora de um túnel. A prefeitura contratou um projeto para a duplicação de rua dep. Antônio Edu Vieira e "esqueceu" da via exclusiva para o BRT , assim como construiu vários viadutos na cidade que não possibilitam a passagem desse tipo de ônibus em calha própria. Tudo isto antes de elaborado o plano diretor para a cidade, que se constituiria no plano global necessário para articular todos esses projetos.

Sem um plano, a administração cidade segue reagindo aos problemas pontuais, que surgem aqui e acolá. As idéias surgem na cabeça de alguns e antes de qualquer estudo mais profundo (até porque o órgão encarregado do planejamento da cidade foi desmantelado) vão a público como soluções definitivas. E a cidade segue sem resolver seus problemas...

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